terça-feira, 19 de junho de 2012


MINHA VIDA: MEU PALCO E MINHA HISTÓRIA
Nascida na década de 80, a primogênita da família “Bimbato”, vem ao mundo com grandes expectativas, como conta mamãe. Eu, Denise, por causa de uma atriz de novela, não imaginava como seria meu palco, minha história, nem meu destino.

Infelizmente os tempos não eram fáceis e o caminhar da sociedade não mostrava certeza de um destino muito certo... A guerra assolava vários países do mundo, a política brasileira estava focada na criação da Constituição, as pessoas viviam a incerteza com relação ao progresso da sociedade.

Meus primeiros anos de vida seguem coerente com a realidade daqueles tempos, não havia muito dinheiro, nem muitos recursos, mas sobrava imaginação. Da primeira palavra que aprendi até o primeiro dia no Jardim foi um período excepcional. Guardo até hoje as fotos dos meus carrinhos... Sim, carrinhos e não bonecas, meu travesseirinho inseparável chamado “guli-guli” quanto mais sujo ele ficava, mais eu cheirava e chupava os dois dedos, minha mãe me corrigia, “mas criança já viu”, quando fui ao teatro pela primeira vez assistir a peça “Patinho Feio” e a primeira vez que dancei quadrilha, foram momentos mágicos e se pudessem ser regatados por  uma máquina do tempo viveria tudo denovo.

Depois que comecei a fase escolar, eu escrevia muitos diários, cartinhas e apesar da dificuldade na alfabetização, minha mãe me ajudou a vencer esse desafio, o que foi dificuldade acabou se transformando aos poucos em paixão. A Tia Valdete contribuiu muito com essa paixão, ela me fazia ver o mundo tão diferente, tudo era perfeito e minhas descobertas pareciam mágicas transferidas de suas mãos para as minhas.

Na adolescência às coisas foram estranhas, as descobertas sempre chegavam acompanhadas de surpresas... Eu cheguei a levar cigarros para a casa e as conseqüências não foram boas. Após esse período (anos 90) terminar o ensino fundamental e iniciar os estudos técnicos era fantástico, mas, para quem morava na capital ou nos municípios mais desenvolvidos no E.S, para quem morava em Viana, considerado zona rural, era difícil conseguir uma vaga, exigia sacrifício desumano, recordo que minha mãe e eu dormimos 3 dias na fila para me matricular no curso técnico, o sentimento que tínhamos é que a população cresceu, o Brasil desenvolvia políticas de igualdade social, a globalização estava em alta, mas não tínhamos escolas suficientes, não havia oportunidades de empregos iguais entre homens e mulheres.  Enfim, consegui o tão sonhado estágio, que ocupava praticamente 10 horas do meu dia e era comparado facilmente com o trabalho de um empregado, as dificuldades não incomodavam, pois eu queria adquirir experiência, ter meu diploma e ter um bom emprego, eu não precisava de mais nada, para meu engano anos depois. A administração foi muito importante na minha vida e através de um trabalho atípico desenvolvido no pátio da escola consegui me idealizar dentro de uma empresa, deveríamos construir uma empresa (maquete, organograma, setores, atividades) para que pudéssemos associar a teoria à prática, a experiência foi muito enriquecedora e me incentivou a prosseguir na área.
A partir de 2002, na fase adulta, nesse período fica claro que eu precisava estabelecer prioridades, a realização dos sonhos, e ainda, o mundo estava muitíssimo diferente, quem imaginava que teríamos em nossa história um presidente sem formação escolar completa? O mundo estava mudando, os conceitos e os “dogmas” da sociedade também. Nessa época o desejo de constituir uma família falava muito mais alto do que o desejo de ter uma graduação, até porque os meios para ingressar em uma faculdade pública ainda eram complicados e eu não dispunha de recursos financeiros para ingressar em uma faculdade particular. A responsabilidade profissional crescia e a pressão para minha formação também, até que determinado momento a empresa começa a passar por dificuldades financeiras e  posteriormente vendida anos depois. Foram longos anos de aprendizagem, amizades, desafios, convivência, vitórias, lutas... A venda da empresa me gerou profundas reflexões, partindo do  principio que toda história vivida não me trouxe a coisa mais importante, a felicidade. Mesmo com oportunidade de seguir na nova empresa, inclusive com melhores salários, eu revirei meus valores, me despi dos meus medos e me encorajei a fazer o que me dava prazer. Em 2010, determinei retomar meus estudos e também associar minha vida com qualidade de vida e ser mãe. Aqui já seria viável estudar em uma faculdade particular através do financiamento ou pelas bolsas oferecidas pelo governo, após ter passado por três décadas consigo ver onde podemos chegar.

A convivência com outros mestres que participaram da minha história, a busca pela felicidade, a necessidade de construir novos relacionamentos e o desejo de contribuir para o futuro de uma nova geração, me trouxeram até a pedagogia, meu novo palco está sendo preparado pela da UNIUBE, meus novos telespectadores são críticos e carecem da minha criatividade, da minha inovação, do meu amor e da minha nova paixão, a EDUCAÇÃO.