sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Faculdade e seus aprendizados...

Entrando no segundo semestre no curso de pedagogia, continuo com encantamento aflorado para a educação, a relação com as crianças é sem dúvida desafiadora, entretanto, extremamente sincera, ao contrário da relação das pessoas na fase adulta, se forem apenas mulheres então, nossa! É complexo ao extremo.

Ontem tivemos mais uma oficina para ser desenvolvida em um grande grupo de pessoas, ora conhecidas, ora desconhecidas... não me assusto coma proposta do trabalho em grupo, nem as reações, nem com os conflitos, me assusto com os fatos. Percebo que o curso atraiu pessoas muito simples e algumas até sem o bom senso "básico", creio que o conhecimento é capaz de transformar as pessoas, até mesmo porque o mundo e nossas escolhas nos lançam a mudar, de tal forma que mudamos por que almejamos algo, ou porque reconhecemos que nossa visão naquele momento estava limitada e precisava se aperfeiçoar para se desenvolver...

No desenrolar da discussão sobre o assunto, certa pessoa me olhava com um olhar rival e debatia boa parte das coisas que eu comentava. Até que a mesma entrou numa questão, no qual, eu me senti segura para esclarecer, achei o momento próprio para argumentar, foi aí que o "BUM" aconteceu. Incrível como existem pessoas que idealizam tudo pelo lado pessoal, até em outros ambientes, como, trabalho, academia, reuniões; as pessoas vêem um desconhecido sempre como um inimigo, alguém querendo tirar seu território, ou desbancar seu comentário.  Quando compreendemos que estamos lidando com a "questão" e não com a "pessoa", conseguimos idealizar nossos objetivos. Enfim, meu comentário virou um estopim para a colega, sentindo que levara para o lado pessoal, fiz diversas tentativas para compreender seu ponto de vista e até aceitar determinadas partes do comentário exposto, mas parecia que não era suficiente, as articulações com o rosto e toda expressão corporal, me fizeram compreender que não adiantaria nada tentar explicar, ela não conseguiria compreender o meu ponto de vista da questão, aos altos níveis do debate, botei as duas mãos no rosto e me calei em uma expressão de silêncio fulminante... como se tivesse me desligado da tomada. 

Quando por fim, me religuei... não tinha mais foco para o debate e qualquer coisa para mim era motivo de risos, até que outra colega me deu um tapa na cabeça de brincadeira para que eu parasse de rir, aquilo me gerou uma ira tremenda, aquela coisa que trava sua garganta... e disse: Não gosto deste tipo de brincadeira. Foi a única coisa que consegui dizer.

Refletindo no caminho para casa sobre tudo que aconteceu naquela oficina, recordei de um curso de gestão de conflitos, ministrado pela palestrante Gisela da ESESP, ela disse sobre nosso território e das nossas divisas, ou seja, existem pessoas que se sentem invadidas quando alguém ás tocam, entretanto, percebi que quanto mas bagagem temos (conceitos, valores, ideais) maior é o nosso território e mais intocável queremos torna-lo, por isso me senti mais alterada do que em relação a discussão. 

As relações, conflituosas ou não, nos proporcionam um conhecimento melhor de nós mesmos. É muito difícil conhecer nossos pontos fracos, podemos até saber nos relacionar bem, ser flexíveis, ter empatia e até perdemos parte do teor de nosso ponto de vista, sem perder a integridade da opinião, mas se não aflorarmos os sentimentos que existem nas crianças, não perceberemos que ás vezes não vale apena, ou que seria melhor tratar uma situação simples com simplicidade, ou se precisa ser tratado com complexidade converse com quem tenha o mesmo esclarecimento que você, mas não se omita quando for necessário defender algo correto e se achar que vale apena, vá até o fim. 

No final tudo se transforma em aprendizado, assim como uma criança que brinca fielmente com seu brinquedo, ela conseguirá extrair grandes coisas daquela relação, e nós adultos quando pensamos que possuímos sabedoria é o momento de conhecer melhor nossas limitações. Outra coisa.... o trabalho em grupo sempre existirá, agora cabe a você compreender as regras e jogar, ora como adulto, ora como criança... e se achar que não vale apena, não jogue, mas se achar que tens oportunidade, não desista e prossiga até o fim!